Fonte: Blog Liberdade do Chá
"O exercício da curiosidade, da reflexão e do diálogo com o extramental nos leva ao momento das decisões"
A curiosidade é a característica daquele que se inquieta por querer saber, quem pergunta, quem não satisfaz com as primeiras respostas e quer sempre ir mais a fundo nas questões. A curiosidade é natural ao ser humano e deve ser cultivada, pois perdê-la significa não mais se interessar.
Exercitar a curiosidade e a reflexão, é essencial, pois não somos somente receptores de informação, nós precisamos refletir para poder assimilar o que aprendemos. E assimilar significa tornar-se semelhante ao que estamos aprendendo. À medida que nos assemelhamos às coisas geramos "filhos", concebemos, ou seja, formamos nossas concepções!
Fonte: Diário de uma diretora
Trazendo novamente a dimensão da leitura, que está intimamente ligada à reflexão, o professor apresenta primeiro um conto de Clarice Lispector, que fala sobre um menino muito solícito, e era o melhor aluno da turma, "...mas ele tinha um caracol..." e toda noite, com um alfinete, ele torturava este caracol. O que este conto nos fala é que não é possível ao ser humano ser bom o tempo inteiro, todos nós temos nosso "caracol". Do mesmo modo, os professores também tem seus caracóis.
Ao ler assimilamos um pouco da visão de mundo do autor, e modificamos e acrescentamos à nossa própria visão de mundo. Esta é a relação entre a leitura e reflexão.
Também foi colocada uma frase de Franz Kafka, que diz: "Tu és a tua própria lição de casa."
Hoje em dia há muita "lixão" de casa, tarefas que são extremamente desgastantes, inúteis, que transformam a relação das crianças com o conhecimento em algo desagradável.
Fonte: Diário do Nordeste
Quando a lição de casa é para que a própria criança se desenvolva, é útil. Nisso consiste uma pedagogia reflexiva: não apenas transmissões de informações, mas um encontro entre as iniciativas do professor e a dos alunos, sua criatividade e curiosidade.
"É o choque do imprevisto que nos obriga a pensar, que nos comove inteiramente, que nos deixa perplexos, que nos leva a problematizarmo-nos, a pensar o que até agora não podíamos pensar." (Walter Koan. Infância. Entre educação e filosofia. Belo Horizonte: Autêntica, 2003)
Estamos sempre sendo bloqueados para não pensar. a tarefa do educador é surpreender, pois é ela que está na base do conhecimento, a admiração.
O professor leitor torna os temas interessantes. à medida que ele leva essa realidade surpreendente para a sala de aula, num clima reflexivo, num clima de aposta na inteligência do aluno, ele também se transforma num texto que vai fazer o aluno se interessar. Se transforma num mensageiro de notícias que não estavam previstas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário