Fonte: Portal Guia Escolas
Historicamente a forma como se concebe o desenvolvimento humano foi se alterando. Se inicialmente costumava-se observar a criança olhando apenas para ela, sem considerar o contexto no qual estava inserida, como se ela não dependesse de nada que estivesse fora de seu corpo, com o passar do tempo esta noção foi se transformando. Cada vez mais tem sido discutido o desenvolvimento da criança na relação com os outros. Por muito tempo atribuiu-se às mães um papel central na formação do indivíduo, posteriormente, estendeu-se à família o papel determinante na formação das pessoas. Atualmente tem se difundido a noção de que outros fatores além da família também são muito importantes nesse processo: a relação com outras crianças, outros adultos, o ambiente onde mora, os lugares que frequenta, a sociedade, enfim. A cultura passa a estar no centro da análise.
Foi citado o caso das meninas lobas, duas irmãs que foram criadas por lobos e adquiriram os hábitos destes animais: não usavam as mãos para comer, não falavam, andavam sobre os quatro membros e tinha comportamentos muito semelhantes ao dos lobos. Elas foram encontradas e levadas a um povoado da Índia, onde passaram a receber ensinamentos para se integrarem à sociedade humana. Este caso mostra o papel essencial da cultura como mediadora no processo de desenvolvimento humano.
Fonte: Blog Educar e Saber
Pensando em como e por quem as crianças são cuidadas ao longo de seu desenvolvimento, devemos incluir não apenas a família, mas também os professores. A família tem uma concepção sobre como cuidar de sua criança, enquanto que a escola, possui uma concepção diferente. Estas diferenças podem ocasionar conflitos.
As concepções que cada um tem sobre educação vão possibilitar diferentes práticas sociais com as crianças. Estas práticas podem ser delimitadoras, podendo interditar caminhos que poderiam ser trilhados pela criança. Não podemos predizer se uma criança vai ou não vai aprender. Temos de ver dentro das condições dadas, que percursos são possíveis, e possibilitar o acesso às crianças.
Montagem elaborada por Paula G. de Oliveira
Precisamos pensar se quando olhamos para uma criança estamos abrindo ou fechando portas, se as potencialidades estão sendo descobertas e encaminhadas. Toda esta reflexão faz-se necessária ao se pensar na inclusão de alunos com NEE nas escolas, pois, relacionando com o que foi abordado na aula anterior, sobre os estigmas, não podemos permitir que nem a família superproteja uma criança com deficiência, nem que a escola prive esta criança de se desenvolver plenamente em suas potencialidades. É preciso que, mesmo com diferenças nas concepções sobre a forma de cuidar da criança, família, escola, sociedade, possam ter em comum o objetivo de trabalhar conjuntamente na mediação entre a criança e o mundo, para que de fato ela seja incluída.
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