Vídeo-aula 13: Conhecimento em rede

Nesta aula o professor Nílson Machado aborda o conceito de rede, no sentido metafórico.

Ele menciona algumas imagens, metáforas do conhecimento e da ação docente que ficaram famosas e que ainda estão presentes:

- A imagem do balde, dentro do qual se depositam os conhecimentos, embora seja antiga e esteja bastante ultrapassada, pois sabemos que os conhecimentos não são despejados na cabeça do aluno, ainda está presente em algumas falas, como "nível de conhecimento" ou "conhecimento acumulado".

- A imagem de uma corrente, que remete à noção de cadeia, de um encadeamento, e que tem origem no pensamento cartesiano, no qual o conhecimento se desenvolve segundo uma sequência fixa. Segundo o professor, nessa concepção, tende-se a reclamar do passado e prometer coisas para o futuro, como numa situação em que um aluno, por exemplo, não sabe ler porque não ensinaram no ciclo I, mas ele precisa aprender isto agora na quinta série, porque vai ser importante quando ele estiver no ensino médio.

- Já a imagem da rede, amplifica a compreensão do que se passa na escola e ajuda a ir além do trabalho disciplinar, possibilitando a transdisciplinaridade, segundo a fala do professor Nilson Machado. É uma ideia mais rica, que evoca a noção de uma teia de relações de conceitos e significados que se interrelacionam e que não são lineares. Cada indivíduo ao chegar na escola, já traz sua própria rede de conhecimento, cabendo à escola, enriquecer esta rede, ora acrescentando, ora retirando algumas noções.

O professor acrescenta que o conhecimento não tem um centro. E na imagem da rede, há vários centros de interesse, a partir dos quais cada pessoa escolhe um para a partir dele avançar para outras noções. Esta parte me fez lembrar da frase que está escrita ao redor da torre na Praça do Relógio na cidade universitária: "No universo da cultura, o centro está em toda parte".

Foto tirada do alto da Torre do Relógio, Cidade Universitária. Autoria: Paula G. de Oliveira, 2007.


Contudo, segundo o professor Nílson, não se deve abrir mão totalmente do encadeamento cartesiano, pois ele tem a função de auxiliar na organização das aulas, por exemplo, que precisam ter uma certa ordem, para que possa ter sentido, mas pode-se encadear uma aula em cima de uma grande rede de temas.



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