O processo de inclusão na escola é bastante controverso e possui diferentes perspectivas. Trazendo a contribuição do prof. Nilson Machado, Kátia Amorim aborda a inclusão dentro da lógica da complexidade, uma vez que neste processo existem vários elementos que contribuem para seu funcionamento.
Foram apresentados nesta aula depoimentos de três pontos de vista relacionados à inclusão: uma mãe, uma professora e uma coordenadora pedagógica.
A mãe falou sobre o fato de que ainda hoje, há escolas que recusam matricular alunos com NEE alegando não estarem preparadas, enquanto outras escolas matriculam os alunos e demonstram também não estarem preparadas. É comum ocorrer uma inclusão social, na qual o aluno com NEE interage e se relaciona com as demais crianças, porém, a aprendizagem não ocorre da mesma forma. É preciso, segundo a mãe entrevistada, que a escola olhe com mais atenção para as necessidades dos alunos e que trabalhe sempre junto com a família.
Para a professora, muitas vezes a gestão escolar (direção e coordenação) naturalizam a deficiência, no sentido de agir como se não existisse a NEE. Ela fala sobre a necessidade de se pensar possibilidades para o trabalho com os alunos com NEE, conhecendo melhor suas necessidades. Para a professora, a insegurança dos professores ao trabalhar com alunos com NEE vem do fato de que há pouco convívio com estas pessoas na sociedade, pelo fato de que estas pessoas são excluídas socialmente. A escola deve trabalhar para garantir a permanência destes alunos, trabalhando em parceria com a família.
- gestão: coordenadora - articulando pontos de vista notou que os desafios para o professor é o de não se sentir preparado, por não ter experiência/formação específica, sensação de que seu papel é o de socializar mais do que desenvolver o cognitivo (o que de fato é um mito). PAra as famílias há um receio sobre ser melhor colocar a criança na escola regular, sensação de não estar sendo bem aceito e bem atendido. Profissionais da saúde devem apoiar também este processo de inclusão, apoiando pais e professores. Pouco espaço na escola para ouvir as crianças, que possuem estratégias para resolver certas cituações de maneira mais simples, por isso é importante ouvir, observar as crianças e como elas lidam com essas dificuldades.
Fonte: institutohistoriar.blogspot.com
A imagem representa a importância da trabalho conjunto envolvendo o aluno, a família, os professores e a gestão da escola.
A professora Kátia deu um exemplo de uma criança com paralisia cerebral, que compromete o desenvolvimento físico, mas não interfere no cognitivo. Esta criança era totalmente excluída, embora estivesse matriculada e frequentasse a escola. A charge ilustra uma situação em que se toma a condição física como determinante das capacidades da pessoa com NEE:
Fonte: leituraeproducaodetexto.blogspot.com
É preciso tirar o foco do sujeito (criança diferente e com NEE) e centrá-lo na relação professor-aluno, que deve ter como princípios a reciprocidade, a mutualidade e a bidirecionalidade.
Estudos mostram que que os professores têm dificuldades para lidar com os alunos com NEE, por se dizerem despreparados, desmotivados por não conseguir ajudar as crianças a avançarem. O professor acaba dando menos atenção a estes alunos. Acaba dando atividades alheias ao que o grupo está fazendo. Dessa forma, mantém-se o padrão da inclusão que de certo modo exclui. É aí que surge a dialética da inclusão/exclusão, é o aluno com NEE estar dentro da sala de aula, porém sem estar incluído de fato.
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