Vídeo-aula 6: Educação Comunitária e Questões de Gênero na Escola

A professora Valéria Arantes relata um projeto desenvolvido em uma escola pública de São Paulo, no qual foram trabalhados em conjunto com os professores e os alunos ao longo de um ano. O tema do projeto relaciona-se à desigualdade de gêneros.

A primeira ação do projeto foi  fazer um levantamento de situações envolvendo conflitos de gênero dentro da comunidade. Foi perguntado aos alunos se eles já haviam presenciado alguma situação de conflito entre homem e mulher. Em seguida solicitou-se que eles propusessem formas para solucionar estes conflitos. A professora Valéria Arantes ressaltou a importância de se trabalhar com a resolução de conflitos, quando se trabalha com a educação moral.

Foram relatados conflitos envolvendo amor não correspondido, traição e separação (sem agressões físicas) e violência física (homem, mulher e casal). Este é um momento muito importante, pois a intervenção do projeto foi baseada nesse material, coletado inicialmente, que corresponde aos reais problemas identificados na comunidade.

As propostas dos alunos para solucionar os conflitos foram classificadas em três categorias:
- não moral, na qual resolve-se a situação cedendo ao que a outra parte quer, agradando-a;
mágica, na qual a solução do conflito não depende intervenção direta de alguém, mas de Deus, ou o tempo, por exemplo.
- moral, na qual há intervenção no sentido de realmente solucionar o problema, denunciando as agressões à polícia, por exemplo.

Ao final do projeto, os resultados mostraram que a categoria mágica diminuiu e que as soluções da categoria moral aumentaram. As intervenções ao longo do projeto ajudaram os alunos a compreenderem a importância de levar em consideração que os direitos humanos devem ser respeitados, independentemente do gênero, e que as soluções precisam ser práticas e efetivas.

O gráfico abaixo mostra os resultados das denúncias efetuadas em todo o Brasil, segundo relatório trimestral da Secretaria de Políticas para as Mulheres. Verifica-se o elevado número de denúncias de violência física sofridas por mulheres:


De acordo com o relatório, 98,9% dos casos de violência registrados no período foram realizados por homens. Estes dados vêm demonstrar a relevância deste tema a ser trabalhado nas escolas, de forma transdisciplinar. Conforme foi relatado pela professora Valéria, a princípio o grupo de professores da escola onde o projeto foi desenvolvido, acreditavam que este tema fosse distante da realidade daquela comunidade, mas verificou-se na sondagem com as crianças, que este problema estava bastante presente.

O relatório completo pode ser acessado no seguinte link:
http://www.sepm.gov.br/noticias/documentos-1/relatorio-trimestral-ligue-180-2012

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