Vídeo-aula 9: Educação Comunitária e Direitos Humanos

Esta aula com a Professora Ana Maria Klien traz um histórico sobre a Educação Comunitária, que surgiu no âmbito da educação não formal. Apenas a partir das décadas de 1980 e 1990 que ela aparece associada ao contexto escolar.
Segundo Klien, o objetivo da educação comunitária é "o desenvolvimento de um 'sujeito coletivo', isto é, de sujeitos que se compreendam em meio à coletividade, que se tornem co-responsáveis pelas ações, relações, conflitos e decisões que ocorrem na comunidade". Ela faz uma citação de Paulo Freire (1995), afirmando que para que de fato ocorra a educação comunitária é preciso haver a aprendizagem NA comunidade, COM ela e PARA ela.

O conceito de cidade educadora surgiu na Espanha nos anos 1990, segundo este conceito, a educação não é função apenas da escola, mas a própria cidade é um contexto educativo. O vídeo a seguir foi produzido pela Associação Internacional de Cidades Educadoras e ilustra o conceito:


Nesta aula também foram abordados os Direitos Humanos na escola, que são essenciais numa sociedade que se pretenda democrática, uma vez que ambos - democracia e direitos humanos - são mutuamente dependentes.

A aprendizagem dos Direitos Humanos na escola contribui para que os alunos produzam conhecimentos, aprendam valores e ações necessárias para a formação de cidadãos. O primeiro passo para se lutar pelos direitos é conhecê-los bem, e isto pode e deve ser feito dentro da escola, expandindo para a comunidade.

Vídeo-aula 8: Distúrbios Alimentares (anorexia, bulimia e obesidade)

Segundo a professora Lilia de Souza Li, a adolescência é uma fase de grande vulnerabilidade para o surgimento de distúrbios alimentares, que podem comprometer o desenvolvimento, uma vez que nessa fase da vida há maior necessidade de consumo energético e de proteínas.
Conforme visto nesta aula, os distúrbios alimentares surgem da interação entre fatores psicológicos, biológicos, familiares e socioculturais.

Os principais transtornos alimentares são a anorexia nervosa, bulimia nervosa e o transtorno de compulsão alimentar periódica.

As imagens abaixo, disponíveis no site Invivo, da Fundação Oswaldo Cruz, mostram algumas das complicações que a bulimia e a anorexia podem causar:


Efeitos da bulimia. Fonte: Site Invivo - Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz)


Efeitos da anorexia. Fonte: Site Invivo - Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz)


A anorexia e bulimia envolvem uma excessiva preocupação com o peso e a forma do corpo. Existe um medo de engordar, havendo inclusive uma distorção da percepção da própria imagem, a pessoa se vê mais gorda do que de fato é. Na anorexia, o indivíduo passa a ter dietas restritivas, comendo muito menos do que o mínimo necessário e na bulimia, há a ingestão dos alimentos, mas logo em seguida o indivíduo recorre a métodos "compensatórios", forçando o vômito, ou utilizando laxantes ou diuréticos.

O tratamento destes distúrbios deve ser acompanhado por equipe multidisciplinar, envolvendo psiquiatria, psicólogo, endocrinologista, nutricionista, ou seja, todos os profissionais da área da saúde que possam oferecer suporte para que o paciente se recupere e passe a se alimentar de modo adequado e saudável.

No caso da obesidade, trata-se de um distúrbio do metabolismo, havendo armazenamento excessivo de energia na forma de gordura. Os principais fatores para desencadeamento da obesidade são genéticos, comportamentais e ambientais. Seu tratamento prevê a orientação alimentar com nutricionista e mudança de hábitos, incluindo na rotina a prática de atividade física regular.


A escola pode promover ações com objetivo de informar e orientar os alunos e as famílias sobre estes distúrbios, por meio de atividades em sala de aula e também atividades como palestras e fóruns sobre saúde alimentar, por exemplo.

No link abaixo está o artigo de origem das duas primeiras imagens acima:
http://www.invivo.fiocruz.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=791&sid=8

Vídeo-aula 7: Crescimento, Desenvolvimento ponderal e Hábitos alimentares

Esta aula da professora Lília de Souza Li apresenta, de modo bastante detalhado, as principais características do desenvolvimento físico das crianças em todas as fases: primeira e segunda infâncias e puberdade.

Esta terceira etapa, que ocorre entre os 9 e os 17 anos de idade ocorre durante a vida escolar das crianças, sendo observadas por nós, professores. A relevância desta aula é a de mostrar a importância em se observar o ritmo de desenvolvimento dos alunos, para que possamos compreender melhor as mudanças pelas quais as crianças passam e a forma como estas mudanças podem interferir no modo como as crianças se comportam.

O acompanhamento da família por meio dos gráficos de crescimento da criança é muito importante, cabendo à escola participar na conscientização sobre este acompanhamento. Orientações quanto à importância da realização de atividade física para estimular a produção de hormônio de crescimento e também a importância de um tempo regular de sono, além da alimentação adequada, cabem também à escola, uma vez que a saúde é um dos temas transversais que devem estar presentes nas atividades curriculares.

O Programa Saúde na Escola, do governo federal é uma política conjunta entre o Ministério da Saúde e o Ministério da Educação, que prevê ações voltadas para orientação e acompanhamento dos estudantes dentro das escolas. A imagem abaixo ilustra uma ação desenvolvida em uma escola na cidade de Anápolis (Goiás), no momento em que profissionais da Saúde fazem a medição de peso e altura de um aluno:


Fonte: Site da rádio Portal 670.

No link a seguir há uma entrevista com a coordenadora do Programa Saúde na Escola na cidade de Anápolis. Nessa entrevista ela explica como funciona o programa e as principais ações e procedimentos que vêm sendo feitos no município.

Áudio da entrevista: http://www.portal670.com.br/?p=17293


O link a seguir é do Ministério da Saúde, com informações mais detalhadas sobre a estruturação do Programa Saúde na Escola: http://dab.saude.gov.br/programa_saude_na_escola.php

Vídeo-aula 6: Educação Comunitária e Questões de Gênero na Escola

A professora Valéria Arantes relata um projeto desenvolvido em uma escola pública de São Paulo, no qual foram trabalhados em conjunto com os professores e os alunos ao longo de um ano. O tema do projeto relaciona-se à desigualdade de gêneros.

A primeira ação do projeto foi  fazer um levantamento de situações envolvendo conflitos de gênero dentro da comunidade. Foi perguntado aos alunos se eles já haviam presenciado alguma situação de conflito entre homem e mulher. Em seguida solicitou-se que eles propusessem formas para solucionar estes conflitos. A professora Valéria Arantes ressaltou a importância de se trabalhar com a resolução de conflitos, quando se trabalha com a educação moral.

Foram relatados conflitos envolvendo amor não correspondido, traição e separação (sem agressões físicas) e violência física (homem, mulher e casal). Este é um momento muito importante, pois a intervenção do projeto foi baseada nesse material, coletado inicialmente, que corresponde aos reais problemas identificados na comunidade.

As propostas dos alunos para solucionar os conflitos foram classificadas em três categorias:
- não moral, na qual resolve-se a situação cedendo ao que a outra parte quer, agradando-a;
mágica, na qual a solução do conflito não depende intervenção direta de alguém, mas de Deus, ou o tempo, por exemplo.
- moral, na qual há intervenção no sentido de realmente solucionar o problema, denunciando as agressões à polícia, por exemplo.

Ao final do projeto, os resultados mostraram que a categoria mágica diminuiu e que as soluções da categoria moral aumentaram. As intervenções ao longo do projeto ajudaram os alunos a compreenderem a importância de levar em consideração que os direitos humanos devem ser respeitados, independentemente do gênero, e que as soluções precisam ser práticas e efetivas.

O gráfico abaixo mostra os resultados das denúncias efetuadas em todo o Brasil, segundo relatório trimestral da Secretaria de Políticas para as Mulheres. Verifica-se o elevado número de denúncias de violência física sofridas por mulheres:


De acordo com o relatório, 98,9% dos casos de violência registrados no período foram realizados por homens. Estes dados vêm demonstrar a relevância deste tema a ser trabalhado nas escolas, de forma transdisciplinar. Conforme foi relatado pela professora Valéria, a princípio o grupo de professores da escola onde o projeto foi desenvolvido, acreditavam que este tema fosse distante da realidade daquela comunidade, mas verificou-se na sondagem com as crianças, que este problema estava bastante presente.

O relatório completo pode ser acessado no seguinte link:
http://www.sepm.gov.br/noticias/documentos-1/relatorio-trimestral-ligue-180-2012

Vídeo-aula 5: Protagonismo Juvenil e Participação Escolar

Esta aula aborda a importância do papel ativo do aluno na aprendizagem, explicitando como se dá a metodologia ativa de aprendizagem, fundamentada em Dewey. Na aprendizagem baseada em problemas o aluno aprende a olhar o mundo e problematizá-lo para poder nele intervir. Esta é uma metodologia de trabalho bastante diferente da tradicional, na qual o professor propõe atividades para que os alunos desenvolvam. Aqui o aluno é que vai definir o problema e vai trabalhar para buscar uma solução.

A aprendizagem baseada em problemas é uma "estratégia pedagógica que apresenta aos estudantes situações significativas e contextualizadas no mundo real" (Mayo, Donnelly, Nash & Schwartz, 1993. Trecho extraído da videoaula).

Ao trabalhar dessa forma, a escola possibilita aos alunos uma formação política, permitindo aos jovens a participação na vida social de forma crítica e autônoma. Segundo foi apresentado nesta videoaula, os jovens que participam de projetos que contam com ações voltadas ao protagonismo juvenil desenvolvem melhor as noções de ética e valores.


A imagem acima é do site da NOAA (Serviço de Meteorologia e Oceanografia dos Estados Unidos), que tem um programa de Educação no qual trabalha com a metodologia da aprendizagem baseada em problemas. A imagem mostra crianças trabalhando conforme a metodologia da aprendizagem baseada em problemas. O interessante é notar que as crianças trabalham de forma colaborativa, trocando ideias, sugerindo. O aluno é quem elabora questões, hipóteses e tenta resolver os problemas, o que os coloca no centro do processo de aprendizagem. Diferente do modelo escolar tradicional, no qual as crianças estão sentadas em carteiras individuais e enfileiradas, nesta metodologia os alunos interagem o tempo todo.

Vídeo-aula 4: Saúde do Professor



Nesta aula foram abordados três principais aspectos que sustentam a saúde dos professores: a voz, a postura corporal e o controle do stress. Foram também citados fatores desencadeantes de problemas na saúde dos professores as pressões externas, o desgaste físico, ansiedade e depressão.

A voz é o principal instrumento de trabalho dos professores e, por isso, deve ser muito bem cuidada. É importante atentarmos para a forma como a utilizamos, evitando falar muito alto, hidratando continuamente (tomando água sempre que possível). Ao forçarmos demais as cordas vocais corremos o risco de sofrer alterações na voz que podem ser bastante prejudiciais. Uma dica interessante é, ao falar com os alunos, durante as aulas, ir variando a entonação da voz, pois isso ajuda a despertar a atenção dos alunos.

Sobre a postura, algumas atividades bem simples podem ser incorporadas à rotina de todos os professores, ajudando a prevenir dores na coluna, por exemplo. É importante fazer um alongamento antes de entrar em sala de aula, manter a coluna sempre ereta e, fora do trabalho, manter atividades físicas regulares, pois o sedentarismo junto com a má postura podem, a médio prazo, prejudicar nossa coluna.

Com relação ao stress, este é uma reação natural do organismo, quando estamos em situação de medo, confusão ou felicidade. O problema é quando ele está presente durante grande parte do nosso dia. As causas do stress, em geral estão relacionadas à falta de tempo, pressões, que geram ansiedade que pode suscitar agravantes, como doenças psíquicas ou mesmo cardíacas. Foi mencionada a Síndrome de Burnout, caracterizada por uma depressão e insensibilidade a quase tudo e todos, sendo um estado de total exaustão, na qual o profissional já não reage a nenhum estímulo.

É importante trabalhar na prevenção desses problemas, procurando manter atividades físicas, mantendo-se sempre em formação, trocando experiências com colegas, cuidando também da saúde emocional.

Vídeo-aula 3: Introdução: Saúde na escola

Esta aula é uma apresentação da disciplina Saúde na Escola, na qual o professor Li Li Min discorre sobre os diversos temas ligados à saúde e que estão presentes no cotidiano da escola: crescimento físico, alimentação, anorexia, obesidade, afetividade/sexualidade, gravidez precoce, TDAH, uso de drogas, o bombardeio constante de informações pelos diversos meios de comunicação e mídia, o stress e a saúde dos professores.


Fonte: imagem retirada deste link

Esta aula de apresentação possibilita-nos algumas reflexões sobre os temas elencados, que serão estudados nas próximas aulas. Os problemas relacionados à saúde, que aparecem na escola, em grande parte têm relação com o ritmo de vida moderno, no qual vive-se sempre "correndo atrás do tempo", sob cobranças, pressões externas, exigências, o que leva à um desgaste físico, mental e emocional, acarretado pela pressa com que se realizam atividades tão importantes para o bom funcionamento de nosso organismo quanto o descanso (sono) e a alimentação.

Todos estes problemas manifestam-se em diferentes graus e em diferentes momentos de vida dos indivíduos, sejam eles alunos, professores, gestores, funcionários, familiares, e em todos os casos terá influência direta ou indireta na qualidade das atividades escolares.

Vídeo-aula 2: Fórum Escolar de Ética e de Cidadania

A ideia principal continda na proposta de um fórum escolar é a participação conjunta dos diversos segmentos da comunidade em torno de questões que envolvam temas transversais como ética, cidadania, direitos humanos e inclusão social. Em um fórum existe a possibilidade de se articular parcerias com órgãos e instituições que possam dar apoio às ações previstas no projeto da escola com a comunidade.

O fórum é um espaço de democracia e de formação. A imagem abaixo sintetiza um pouco do enriquecimento que os fóruns podem trazer para os que deles participam: cada indivíduo traz uma ideia que, ao compartilhar com o(s) outro(s) passa a ter mais de uma ideia, ou seja, o fórum é um espaço que promove a troca e multiplicação de ideias, experiências, opiniões, posicionamentos, promovendo um ambiente no qual a escola pode atuar como facilitadora de ações concretas que contribuam para um melhor desenvolvimento não apenas da comunidade escolar, mas de todo o seu entorno. Por meio de ações planejadas em conjunto com a comunidade, a aprendizagem tende a ter um maior significado para os alunos, pois relacionam-se às questões que têm relação com seu cotidiano, com o lugar do qual faz parte.

Imagem copiada da fanpage Educação, na rede social Facebook.

Promover fóruns, embora não seja uma tarefa fácil, por requisitar o envolvimento constante de todos os seus membros (alunos, professores, funcionários, gestores, familiares, vizinhos da escola) , é uma via importante para a construção de uma educação de fato comunitária, pois levará em conta as demandas de todos que estão no entorno da escola, enriquecendo e significando o papel da instituição educacional.

Vídeo-aula 1: A escola e as relações com a comunidade

A aula propõe uma maior aproximação entre a escola e a comunidade, sendo que esta aproximação deve ocorrer de modo efetivo, por meio de ações planejadas, que envolvam reflexões sobre questões que de fato sejam relevantes para a comunidade.

Ações isoladas não favorecem esta aproximação. Não basta que a escola abra seus portões aos finais de semana para que a comunidade se utilize de seu espaço físico, como se houvesse uma escola durante a semana que é diferente e separada da escola dos finais de semana, como diz na videoaula o professor Ulisses. Os projetos que visem uma boa relação da escola com a comunidade devem ter sentido para todos que deles participam: alunos, professores, familiares, funcionários da escola e, inclusive, pessoas da comunidade que não tenham relação direta com as atividades da escola, mas que vivem no entorno da escola e compartilham dos mesmos problemas.

Tem sido comum, sobretudo nas escolas públicas, a entrada de "projetos" externos, de ONG´s ou fundações ligadas a grandes empresas, oferecendo oficinas, atividades lúdicas, que de fato não possuem qualquer relação com os projetos da escola, nem com as demandas daquela comunidade, são apenas projetos prontos, que têm por objetivo o cumprimento de metas de execução geralmente atreladas a interesses que não convergem aos interesses educacionais. A escola deve procurar romper com este tipo de prática, sendo ela a protagonista de suas ações, pensando projetos que de fato surjam das necessidades da escola, de todos que dela fazem parte, considerando, inclusive, os interesses dos alunos, favorecendo assim o protagonismo juvenil. Tendo em vista esse ponto de partida, do conhecimento das reais demandas e necessidades da escola e de sua comunidade, a escola rompe o limite de seus muros e promove aprendizagens significativas, aliando os conhecimentos acadêmicos e também os que envolvem a comunidade.

Fonte da imagem: http://undime.org.br


A imagem acima mostra um exemplo de ação comunitária em uma escola no Rio Grande do Norte. Em parceria entre estudantes, professores e proprietários de indústrias produtoras de farinha de mandioca, foi criada a produção de um inseticida natural preparado a partir de um resíduo de mandioca. Segundo a diretora da escola, esta ação tem impacto positivo não somente na escola, mas também no seu entorno, pois traz vantagens para a economia da comunidade, sendo uma prática de baixo custo que pode ser adotada em outros lugares. A íntegra da matéria sobre este projeto está neste link.