Ao assistir este vídeo o pensamento que me ocorreu foi o de que a segunda concepção à qual a professora Valéria Arantes se refere é um modelo ideal a ser alcançado, do qual estamos (pensando em toda a rede pública de educação) muito distantes de atingir plenamente.
Notei que a escola da qual faço parte, e provavelmente muitas ou talvez até a maioria, enquadra-se no primeiro modelo, aquele que tem a concepção do currículo organizado por disciplinas, e que em determinados momentos ocorre uma pausa nas atividades curriculares para que se tenham as "semanas temáticas", nas quais se tem como mote os temas transversais.
Interessante pensar sobre as metáforas visuais para cada uma das concepções de transdisciplinaridade. Na primeira, as retas paralelas cortadas pelas transversais transmitem a ideia de que cada uma das disciplinas, que são o "eixo vertebrador" do currículo, são atravessadas pelos temas transversais, porém sem que elas, disciplinas, se cruzem, elas seguem como retas paralelas - ou seja, cada disciplina operando isoladamente. Na segunda, a ideia de teia exprime muito bem o objetivo de se ter como ponto de partida os temas transversais, para que a partir deles os conteúdos das disciplinas possam ser abordados de forma integrada, o que ficou muito bem claro no vídeo em que o professor Ricardo Pátaro conta sobre o projeto com o qual trabalha.
Outra parte que me marcou na aula da professora Valéria foi quando ela falou sobre a necessária mudança de paradigma para que os temas transversais sejam abordados plenamente dentro do currículo escolar. No entanto, a imagem acima, uma charge de Quino, pode entrar aqui como uma expressão da dificuldade em se modificar um sistema já há séculos consolidado, que é o formato da instituição escolar, para implementar um novo modelo, semelhante à espiral que o menino da charge desenha para fugir de tantos quadrados que o cercam. A espiral, aliás, também pode ser uma metáfora interessante para um paradigma que pense a articulação entre as disciplinas e os temas transversais.
No entanto, a escola é formada por pessoas, pessoas que muitas vezes se sentem insatisfeitas com os rumos que a educação vem tomando. Cabe, portanto, às pessoas, que fazem parte dela, pensar, propor e começar novas e diferentes ações. Embora seja algo muito dificil, dada a estrutura que tem a Escola Pública, é uma necessidade.
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