Transcreve-se a seguir um trecho da fala de introdução do professor Mário Nunes:
Em virtude de seu compromisso de examinar práticas culturais a partir de seu envolvimento com e no interior das relações de poder, os estudos culturais contribuem para as análises do processo de regulação e produção de sujeitos na sociedade e, particularmente, nas escolas. Sua recusa em desvincular a política do poder do processo de formação em qualquer âmbito social faz com que os estudos culturais reforcem a ideia de que a Educação não pode ignorar as difíceis questões da relação entre cultura, mercado, estado e sociedade civil, que define os significados e as metas da formação na Educação.
Conceitualmente, os estudos culturais foram definidos nesta aula como sendo um projeto político, já que não pretendem ser neutros, tomando partido dos grupos menos privilegiados; trabalham numa perspectiva trans/anti/pós-disciplinar, ou seja, ultrapassando as fronteiras disciplinares, que tendem a limitar o campo de estudo; e têm uma inserção com características da pós-modernidade.
Nos estudos culturais o conceito de cultura perde sua condição singular e ganha pluralidade (diversas culturas, não mais uma cultura única e hegemônica)
Segundo o professor Mário Nunes, os principais tipos de regulação da cultura (regulação do sujeito contemporâneo) são:
- Normativa: por um conjunto de regras e convenções construídas culturalmente.
- Sistemas classificatórios: as ações dos sujeitos são classificadas e comparadas com base em padrões aceitáveis ou não em determinado grupo cultural.
- Construção de novas subjetividades (novas identidades): definidas através de alterações no sistema organizacional em que vivemos.
Na conclusão da aula, foi possível sintetizar que: uma prática pedagógica baseada nos estudos culturais deve ser "perturbadora das formas hegemônicas", considerando a complexidade das relações sociais que perpassam todos os níveis da existência humana, possibilitando a convivência democrática das diferenças.
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